terça-feira, 23 de abril de 2013

37º Capítulo - "O Nosso Destino Estava Traçado!" - Segunda Temporada


37º Capítulo – Narado por Emme
            Por um momento, eu esqueci tudo que havia acontecido entre minha mãe e eu. Por um momento eu esqueci toda a raiva, pois sabia que era difícil pros meus pais falarem sobre aquele assunto, principalmente para minha mãe, não que fosse difícil pra mim, mas ninguém precisava saber o que eu sentia e porque sentia. Sabia que ela não conseguiria falar nada, assim como da vez que meu pai morreu e foi o “Tio Arthur” que teve que me contar toda aquela história da estrelinha.
            Quando a Clarinha perguntou sobre sua mãe eu pude me ver nela. Lembrei de mim sete anos atrás... Respirei fundo e tentei acalmá-la com a mesma história, a história da estrelinha que ia brilhar no céu... E ela entendeu, assim como eu...
            Depois de toda a história, a pequenina falou que eu era legal e me abraçou. Aquilo me confortou, foi como se fosse um “Valeu por tudo, agora eu posso seguir em frente. Agora eu estou bem!” e aquilo me fez feliz, mas como já estava tarde eu subi com ela para o quarto e minha mãe veio logo em seguida mas antes disso ela ainda passou alguns minutos lá embaixo com meu pai. Acho que ela ainda iria falar com ele sobre o assunto então, dei banho na Clara, ela escovou os dentes, penteei seu cabelo, que era tão lisinho que embaraçava com tanta facilidade e a acomodei na bi cama... Eu não tava com nenhuma vontade de contar historinhas, que dizer, eu nem sabia se ela gostava que contassem estorihas pra ela dormir, mas toda criança normal, gostaria.
– Quer que eu conte alguma historinha pra você? – Perguntei, a cobrindo com o edredom.
– Não! – Respondeu rindo.
– O que é tão engraçado, hein?
– Emme, você sabe rezar?!
– Sei sim, porque?
– Minha mãe sempre rezava comigo antes de dormir.
– Quer que eu reze com você?! – Perguntei e ela assentiu.
– Então tá!
            Ela juntou as mãozinhas e fechou os olhinhos e eu fiz o mesmo.
– Querido papai do céu... – Falou. – Cuida da minha mãezinha. – Pediu. – Eu sei que a Emme me disse que ela tá bem. – Ela completou e e eu dei um leve sorriso. – Mas eu não quero que ela fique mal tando longe de mim. – Terminou a frase com a voz mais baixa do que no começo e eu percebi que ela chorava. – Papai do céu, cuida de mim também. Eu só sou uma criancinha e ainda não sei me virar sozinha. – Terminou e abriu os olhos devagar. – Boa Noite, Emme!
– Boa Noite! Dorme com os anjinhos! – Falei, enxugando algumas lágrimas que desciam dos seus olhos. Dei-lhe um beijo em sua bochecha e em questões de segundos ela pegou no sono.
            Quando eu ia entrar no banheiro pra me ajeitar e dormir alguém bateu na porta.
– Entra sem fazer barulho! – Pedi com um tom mais baixo que o normal. Era mamãe!
– Ela já dormiu?!
– É, né! – Respondi, seca. Ao vê-la entrar, percebi que ainda estava sentida com o ocorrido o dia anterior.
– Filha, preciso falar com você.
– Sério?! Achei que a senhora estivesse com raiva de mim. – Falei com ironia e uma pitada de raiva.
– Filha, me desculpa. – Falou chegando mais perto de mim.
– Mãe, eu posso até te desculpar, mas eu ainda não consegui entender o porque de eu ter sido tratada daquele jeito. Achas mesmo que eu merecia isso?!
– Nem eu sei porque te tratei daquele jeito. Eu tava muito estressada, com os nervos a flor da pele, tinha muita coisa pra resolver e ainda tinha que arranjar uma forma de explicar à Clarinha o que aconteceu com a Rose, e ainda bem que você conseguiu explicar tudo. – Fez uma pausa. – Filha, vem cá. – Me chamou e eu obedeci. – Me perdoa... Esse pedido é do fundo do meu coração. – Ela abriu os braços pra que eu a abraçasse e eu o fiz, da forma mais apertada que consegui.
– Não tem que pedir desculpas, Dona Lua Maria Blanco Aguiar. – Falei rindo. – Mas você tem que jurar, bem juradinho, que nunca mais vai fazer isso.
– Pode deixar, comandante. – Fez sinal de general e nós gargalhamos. – Eu te amo, coisa linda da mamãe!
– I love you too, mommy!
– Tá afiada no inglês, né?! – Falou, tocando meu nariz com a ponta do dedo indicador.
– Eu tento... – Ri. – Tenho que confessar! Ainda bem que eu consegui me reconciliar com você. – Deu-me um beijo na testa e eu a abracei mais forte.
– Muito obrigada por ter explicado tudo pra Clarinha, tá?!
– Era minha obrigação. Eu sabia que ia ser difícil pra vocês.
– E pra você, não é?!
– É, mas eu me controlo. – Dei de ombros.
– É... – Suspirou. – Mas agora tá na hora de dormir.
– Tá! Vou seguir a onda Clara e vou dormir com os anjinhos.
– Ok, eu também vou. Boa Noite! Bons sonhos!
– Bons sonhos! – Desejou, saindo e fechando a porta devagar, mas logo em seguida bateram nela de novo e dessa vez era papai!
– Oi pai!
– Oi princesa! Se acertou com sua amãe?
– Hum hum. – Falei rindo.
– Então tá,graças a Deus. Passei aqui pra te dar Boa Noite!
Boa Noite! Até amanhã!
– Até. – Falou, fechando a pota e eu fui me ajeitar pra dormir.

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