40º
Capítulo – Narrado por Emme
Quando cheguei em casa, de imediato
não encontrei ninguém.
– Mãe?! – Quebrei o silêncio que dominava o
local.
– Tô aqui na cozinha! – Ela respondeu no
mesmo tô. – Vem aqui!
– Já vou!
– Emme, vou tomar banho. Olha o meu estado. –
Ela puxou sua roupa pra longe do corpo, fazendo careta.
– É, e você tem que lavar o corte aí, tá?!
– Pode deixar! – Ela subiu as escadas
correndo.
Entrei
na cozinha e mamãe estava terminando de cortar as verduras para salada.
– Precisa de ajuda?! – Perguntei,
sentando à mesa.
– Não, já acabei. Cadê a Clara?!
– Banheiro. Tá toda suja.
– Imagino. Mas e aí, Emme, como é que tá você
e o Bruno?
– Como assim? Estamos bem e apaixonados. – Falei
rindo. Confesso que não entendi a pergunta.
– Sei, mas tô falado de... Vocês... Sei lá...
Já tiveram alguma coisa... É... Além dos beijos?
– Mãe! – Protestei.
– Sei lá! – Deu de ombros. – Você
sempre tá lá na casa dele, daí, eu só queria saber se...
– Não! – Interrompi. – Quer dizer...
– Emme?
– Não foi. É que... – Respirei fundo. – Hoje
lá na casa do Bê, as crianças tavam brincando no jardim e eu tava no sofá da
sala, como Bruno, sozinhos. A gente se beijou e o beijo foi ficando quente,
fomos deitando no sofá, e... Enfim, eu o interrompi e falei que não tava pronta
e que tava muito cedo.
– A tá!
– E ele disse que entendia e que ia respeitar
meu tempo. Acho que a gente ainda tá novo pra isso, sabe?!
– Sei sim. Já passei por isso.
– Já?!
– Já, sim! Mas eu era mais velha que você. Foi
quando eu comecei a namorar com o Pedro, ele também falou a que ia respeitar e,
enfim, ele não falou mais sobre o assunto.
– Sério?!
– Hum hum. A nossa primeira vez... Ele e eu, eu e
ele, foi na Lua de Mel!
– Que lindo! Eu também queria que fosse assim, mas nunca se sabe.
– Verdade, mas independente disso, eu te apoio. Mas,
cuidado!
– Pode deixar, dona Lua! – Dei-lhe um beijo em sua
testa. – Ah, quem ganhou beijinho na bochecha hoje foi a Clarinha! – Ri,
lembrando de como ela ficou com as bochechas vermelhas de tanta vergonha.
– Mais tarde eu tiro onda com ela! – Mamãe riu.
– Ô mãe, o papai não chega, não?
– Acabamos de chegar. – Papai respondeu, entrando
com tia Sô.
– Tia Sô! Que saudade! Depois que começou a trabalhar,
esqueceu da sua sobrinha favorita. – Falei a abraçando.
– Oi princesa! – Ela também me abraçou. – Também
tava com saudades de vocês né, dona Lua?!
– Oi Sô! – Mamãe beijou sua bochecha. – Que ventos
te trazem aqui? – Falou, rindo.
– Sei lá. Eu encontrei com o Arthur e como o Mica
tá trabalhando e não vai almoçar em casa, aceitei o convite.
– Oi tia Sô! – Clarinha entrou na cozinha, correndo
e a abraçou.
– Mas eu já tava com saudades dessa folia e, claro,
dessas pimpolhas. – Deu um beijo em nossas cabeças. – Ah! E do meu futuro
sobrinho também. – Ela aproximou-se de mamãe e acariciou sua barriga. – Cê tá
com dois meses, né?!
– Ah... – Ela derreteu-se. – Eu quero ver logo o
rostinho desse bebê.
– Nó também. – Papai falou, empolgado.
– Luinha, posso falar com você? – Perguntou de
forma que só mamãe, ela e eu ouvissem.
– Pode sim! – Respondeu no mesmo tom.
– Vamo lá pra sala?!
– Tá! Amor você põem a mesa com as meninas?! Eu vou
lá na sala resolver uma coisa com a Sô.
– Tudo bem! Mãos a obra garotada.
– E, Clarinha, depois e quero saber mais sobre o
beijo que você ganhou do Luquinhas, tá?! – Perguntou, piscando pra mim e
Clarinha corou, procurando um lugar pra enfiar a cabeça.
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