Foi um choque enorme para mim. Eu estaria sem o Pedro!! E
agora?! Quem iria me fazer sorrir? Quem iria ficar com ciúmes de mim e antes de
adormecer, me pediria desculpas e diria que me ama? Quem iria selar tudo com um
carinho no rosto e um beijo? Como a Emme iria atrapalhar meus beijos com ele
porque teve um pesadelo? Eu estava meio pedida, agora. Quem iria pegar a Emme
na escola e me esperar em casa para jantarmos juntos? Quem iria atender meu
telefonema com um “ Oi minha linda!”?
Ainda estávamos no carro e ao pensar em toda minha
trajetória com o Pedro, até aquele dia, as lágrimas não se controlavam,
voltaram e não paravam de cair em um só momento. Era uma cachoeira de emoções!
Arthur segurou minha mão, enquanto dirigia com a outra, aquilo me deu conforto,
foi como se ele tivesse dado um força de seguir em frente, foi um alívio
inexplicável.
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Chegamos em casa e tive que colocar a Emme para dormir,
tentando relutar contra os meus sentimentos.
Quando ela deitou, olhou bem no fundo dos meus olhos e
começou.
– Mamãe, onde está o
papai? Ele morreu, não foi?
– Não é que ele tenha
morrido, minha linda! – Falei, acariciando seu cabelo e percebia que alguém
(Só podia ser o Arthur) entrou no quarto.
Ele olhou para mim e encostou-se na cama ajoelhando-se.
– Não é que ele tenha
morrido, minha linda! – Repetiu me olhando com um riso frouxo. – É que agora
ele virou uma estrelinha. Ele agora, mora com o papai do céu e quando você
olhar pra lá e ver a estrela mais brilhante, saiba que ela será seu Pai, que
estará sorrindo para você.
– Promete, Tio Arthur?!
Promete, mamãe?! – Perguntou minha filhinha com lágrima nos olhos. Concordei com
a cabeça e fizemos nossa batida “secreta”. Arthur sorriu me abraçando e
beijando minha cabeça.
– Prometemos sim! –
Falamos na mesma hora e Emme sorriu e pediu para que o Arthur falasse mais da
estrelinha onde sei pai estaria agora, eu fui para meu quarto e quando ela pegou no sono, Arthur foi até onde eu estava, onde eu voltara a chorar sem parar.
– Olha, tenho que ir, já
está tarde.
– Não, você pode dormir
no quarto de hospedes. – Falei enxugando as lágrimas rapidamente. – Ainda está
chovendo, mais fraco do que antes, mas mesmo assim, ainda está tarde. Tenho alguns pijamas aqui, o Pedro
nem chegou a usar.
– Então tá bom! Boa
Noite! Fica bem! – Ele aproximou se de mim, me deu um beijo na testa e saiu a
caminho do quarto de hospedes.
– Vou ficar! – Falei
quase sem voz e ouvi a campainha tocar. Devia ser a Sô, ela havia falado que
iria para casa e depois, mesmo estando tarde, quando tudo se acalmasse, ela
passaria por lá.
– Deixa que eu vou
atender! – Arthur virou-se para mim. –
Deve ser a Sô.
– Arthur, espera! – Pedi. – Muito
obrigada! É nessas horas que podemos ver os amigos de verdade.
– Não é nada... Afinal,
amigos “de verdade” são para isso. – Falou, soltando um beijo e indo abrir a
porta da sala, lá embaixo.
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