Eu percebi uma longa troca de olhares entre a Sophia e o
Micael, mas não falei nada. Quando eles chegaram mais perto de nós, fiz:
– Sô esse é o Micael e
esse é o Arthur. – Falei, apontando especificamente para cada um. – Meninos,
essa é a Sophia, minha irmã mais nova. E Mica, essa aqui é a Emme, minha filha.
– Mostrei, pegando-a pela mão.
– É, eu já percebi! –
Todos riram.
– Viemos comprar alguns
CD’s. – Respondeu Mica, filmando Sophia, que começava a ficar vermelha. – E
vocês?
– Viemos fazer compras, sei lá! Foi ideia da Sophia e
da Emme. Então, aqui estamos.
– Já sei! Já entendi! – Exclamou
Mica, finalmente tirando os olhos da Sophia. – A gente pode marcar de jantar
juntos, já que são 16:30h. Pode ser?!
– Claro que sim! – Disse Sophia toda empolgada, sem nem esperar
o que eu ou/e Arthur achávamos da ideia.
– É, pode ser! – Falamos
eu e o Arthur na mesma hora. Tive uma sensação estranha “barra” diferente, mas
ignorei.
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Fomos cada um para um lado. Fui até a loja onde as roupas
que Sophia queria, estavam... Algum tempo depois Sophia foi comprar o DVD para
Emme. Enquanto isso meu celular tocou, era Pedro.
Início da Ligação
– Oi Amor!
– Oi minha linda! Vou
precisar viajar para São Paulo ainda hoje.
– Já?!
– É, eu vou a caminho do
aeroporto daqui vinte minutos. Liguei para te avisar e mandar um beijo... Onde
você tá?!
– No shopping com a Sô e
a Emme.
– Ah... Então, manda um
beijo pra elas também.
– Pode deixar!
– Olha! – Falou segundos antes de desligar.
– Oi Amor!
– Eu amo muito vocês
duas... Você e a Emme, as mulheres da minha vida! – Ele falou de um jeito diferente... Acho
que... Não sei... Muito mais apaixonado, talvez.
– Nós também de amamos!
– Respondi, desligando o telefone.
Fim da ligação
–Lua, porque você
respondeu com tanto espanto o que o Pedro falou do outro lado?
– É que ele vai ter que
viajar para São Paulo por causa do escritório.
– Ah, que chato!
– Pois é... – Falei
decepcionada.
– Mãe, o papai vai
viajar? – Emme me cutucou.
– Vai sim, Emme. – Ela
fez um biquinho que significava: “Mãe, tô muito triste!”
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O nosso jantar foi bem... Bem cheio
de trocas de olhares entre a Sô e o Mica, então o Arthur me cutuca.
– Lua,
olha aqueles dois ali... – Apontou para Sô e Mica. – Parecem dois recém
namorados.
– Pois
é. Já estava na hora dela encontrar alguém.
– Eles
ficam bem, juntos. – Falou Emme e começamos a rir baixinho para que os
pombinhos não percebessem.
– Gente,
o tempo ta fechando. Vai chover pra caramba! – Comentou Arthur.
–
Realmente! – Concordou Micael olhando a janela ao nosso lado.
– Então
é melhor não demorar muito para voltar para casa.
No momento que Arthur falou, começou a chover tão forte
que parecia que o mundo ia acabar. Lembrei que a essa altura, o Pedro estaria
perto do aeroporto, ou até mesmo, dentro do avião. Isso me deixou mal, meu
coração ficou pequeno.
Do lado de fora, começou a trovejar e aquilo só ajudava a
aumentar minha angústia, me deixando aflita suficiente para imaginar tragédias,
mas não foi preciso muito esforço para isso acontecer. Com menos de 20 minutos
de chuva, uma TV atrás de nós começava a informar todas as tragédias que já
estavam começando. Com isso, meu celular toca. Número desconhecido. Atendi.
– Alô!?
– Alô! – Disse a voz do
outro lado.
– Falo com a senhora Lua
Blanco?
– Sim, é ela. Quem fala?
– Aqui é Paulo!
– Oi Paulo, você é amigo
do Pedro, certo?!
– Sou sim, mas tenho que
te dar uma notícia. – Falou com o tom desapontado e preocupado.
– O que foi? – Falei,
alterando a voz e ficando mais preocupada.
– É que... – Ele fez uma
pausa. – Você está sentada!? – Perguntou.
– Humhum. – Minha voz quase não saia, mas confirmei.
– É que... Ouve um acidente numa das ruas
próximas ao aeroporto do Rio...
Quase
morri do outro lado. Já desconfiava do final da história, e aquilo me deixou
aflita.. Sei lá... Não sabia descrever, era um turbilhão de sentimentos, uma
angustia...
– Ah Meu Deus! Como ele
está?! – Interrompi a narração alterado minha voz, como nunca na vida.
– Foi numa curva...
– Ele não respondeu a pergunta de
imediato. – Era muito fechada... E a chuva atrapalhava a visão. Ele vinha do
lado certo, mas o outro carro, não; perdeu o controle do volante e foi para a
outra faixa. Então eles se chocaram e a batida foi muito feia... Nem ele, nem o
outro motorista resistiram aos ferimentos e ao impacto da batida... – A voz do
outro lado, parou.
E as lágrimas começaram a
rolar sem parar, todos que estavam sobre a mesa me olharam espantados,
inclusive minha princesinha, que estava com os olhos arregalados... A voz
continuou do outro lado.
– Onde você está?! – Não
aguentei responder nada, as palavras não saiam, só as lágrimas que eram
incontroláveis. Passei o telefone para Sophia e ela quem se despediu do Paulo.
Abaixei minha cabeça sobre a mesa enquanto as lágrimas
escorriam incontrolavelmente.
– O que aconteceu? –
Perguntou Arthur, segurando minha mãos.
– O Pedro sofreu um
acidente. – Falei quase sem voz, tentando controlar as lágrimas e fazendo um
sinal para não entrar em detalhes na frente da minha princesinha. – Vamos para
casa!? – Praticamente implorei para que ele dissesse: “Sim!”
Narrado por Arthur Aguiar
Senti uma dor, um aperto no coração ao ver a Luinha
daquele jeito e ainda tinha a pobre da Emme, aquela princesinha linda.
A Lua pediu para voltarmos para casa mesmo debaixo
daquele temporal, então sedi meu carro para levá-las e o Mica foi com a Sô, no
outro carro... Mas achamos melhor que nem todo mundo fosse até a casa da Lua,
só eu iria e, no outro dia, quando tudo estivesse mais calmo, a Sophia passaria
por lá.
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