22º Capitulo – Narrado por Lua Blanco
No outro dia, pegaria um pouco mais tarde no
trabalho e ficaria sozinha em casa... A Emme iria pra escola e Arthur iria
diretamente ao hospital.
– Mãe! – Emme desceu as escadas correndo.
– Oi! Bom Dia!
– Bom Dia! Bom Dia! Mãe, a senhora viu minha correntinha?
– Qual “das”?
– Aquela que o Bruno me deu que tem uma metade do
coração.
– Quando que ele te deu essa correntinha?
– Eu não te contei?
– Não.
– É que ontem, o Bruno veio me pedir desculpas.
– Sim...
Início do Flash Back de
Emme
Eu falei com vocês e desci pra falar com ele.
– O que você quer? – Falei me fingindo de durona,
mas com muita vontade de abraça-lo.
– Tenho que conversar sobre nós.
– E ainda tem nós?
– Vai depender da resposta que você me der.
– Vai depender do que você tem a me dizer.
– Eu sei que eu errei...
Mas eu não fiz por querer.
– Sério? – Falei debochada.
– Na minha opinião, duas pessoas só se beijão,
quando as duas querem.
– Não quando o beijo é forçado e roubado.
– Tá, mas foi o que pareceu. Do jeito que eu vi,
você tava bem a vontade. – Ignorei dando ombros.
– Emme, senta aqui. – Falou apontando pra grama e
eu obedeci rolando os olhos.
– Lembra da última vez que você dormiu lá em casa?
– Sim... Foi meio que uma festa do pijama. – Falei
seca.
– Então... Lembra quando a gente se encontrou na
cozinha?
– Lembro você me deu um susto e ainda veio com um
papo de que “Se eu não tinha medo de sair a noite”.
– Pois é, mas você lembra que você lembra que você
falou que não tinha medo de bicho papão?
– Sei... Eu lembro. – Revirei os olhos.
– Então, tenho que te fazer uma confissão.
– Não me diz que você tem medo de bicho papão? –
Falei debochada.
– Não, né!
– Vai saber! – Dei de ombros.
– Tô falando sério.
– Eu também, mas termina.
– É que, medo de bicho papão eu não tenho. Só tenho
medo de uma coisa na minha vida...
– Fez uma pausa e pegou minha mão. Deixei. – Tenho
medo de te perder pra sempre. E só agora esse medo veio à tona. E hoje eu to
aqui pra te pedir desculpas. Mas antes que você responda, quero cantar pra ti,
pode ser?
– Com certeza! – Sorri e ele pegou um violão que
estava atrás dele, que eu nem tinha percebido, e começou a cantar “TWO IS
BETTER THAN ONE”.
– Me ajuda. Eu não sou tão bom no inglês e sei que
você conhece essa musica como ninguém. – Falou, começando a cantar, mas eu não
cantei, estava concentrada em ouvir sua voz. Quando ele terminou de cantar,
olhou em meus olhos. – Você me perdoa? Me desculpa por tudo... Hoje eu tenho
certeza que “DOIS É MELHOR QUE UM”. Fica comigo! – Falou alisando o
contorno do meu rosto e eu sorri e o abracei. – posso aceitar isso como um “Te
desculpo, sim!”? – Sussurrou.
– Pode sim. – Falei sorrindo. – Mas tenho que
entrar, tá ficando tarde e também tá fazendo frio.
– Tá. Mas só mais dois minutinhos. – Me deu seu
casaco. – Acho que isso vai ajudar! Antes que você entre, quero te dar uma coisa.
– Peguei o casaco enquanto ele tirava uma caixinha de bolso da calça.
– Olha, aqui tem uma correntinha. – Ele tirou uma
correntinha prateada com uma metade de um coração. – Essa é sua metade de um
coração. – Essa é sua metade. – Ele se ajoelhou atrás de mim para
colocá-lo no meu pescoço. – E essa é a
minha parte. – Ele tirou a correntinha que estava debaixo de sua camisa. –
Assim, temos a certeza de que estamos ligados. – Ele completou e eu sorri. – Te
amo, anjinho!
– Também te amo, coisa linda! – Nos beijamos. Ele
levantou-se e segurou minha mão para que fizesse o mesmo. – Me perdoa por tudo.
Eu sempre estarei do seu lado. – Ele me abraçou forte e me deu um beijo na
bochecha.
– Pode contar comigo. Eu sempre estarei ao seu
lado. – Falei.
– Minha pequena! – Falou e eu sorri.
– Tenho que entrar...
– Tudo bem. Amanhã passo aqui pra te pegar. Podemos
ir juntos pra escola?
– Humhum. – Falei soltando sua mão. – Vou falar com
meu pai. Acho que ele não vai implicar dessa vez.
– Tá bom... Qualquer coisa me avisa.
– Pode deixar.
– Até amanhã! – Deu um beijo em minha testa.
– Até! Dorme bem e sonha com os anjos!
– Com os anjos não, com você. Você que é meu anjo.
– Falou e eu sorri soltando um beijo no ar e caminhei em direção à porta.
Quando eu entrei você tava dormindo no
colo do papai.
Fim do Flash Back
– Eu tirei a correntinha pra dormir e quando
acordei mais no criado mudo.
– Senta aí
pra comer que eu vou procurar. Talvez você tenha batido enquanto dormia e ela
caiu.
– Tá bom, valeu.
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Tempo depois, descia com a correntinha de
Emme. Como previsto, tinha caído atrás do criado mudo.
– Emme, é essa daqui?! – Perguntei segurando a
correntinha.
– É sim, mãe. Muito obrigada! A senhora salvou
minha vida. – Dei um beijo em sua bochecha. – o Bruno já tá chegando, vou pegar
minha mochila lá em cima. Se a campainha tocar, é ele.
– Tá, vai lá.
Assim
que Emme subiu a campinha tocou e fui atender.
– Oi Bruno!
– Oi Lua! Bom dia!
– Bom dia! Entra. – Pedi.
– Cadê a Emme?- Perguntou entrando.
– Foi lá em cima pegar a mochila. Espera aí, já, já
ela desce.
– Cheguei! – Emme falou descendo as escadas e Bruno
sorriu... Um sorriso apaixonado, diferente, encantado. E eu só os filmei. Emme
chegou perto dele e ele deu-lhe um beijo em sua bochecha.
– Vamos?
– Vamos, sim.
– Xau mãe. – Deu-me um beijo em minha bochecha.
– Xauzinho. Boa aula! Juízo! – Falei e eles riram.
– Pode deixar. – Bruno respondeu e eles saíram de
mãos dadas.
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