No dia seguinte, Clarice acordou e perguntou:
–Melhorou?
–Melhorou?
–Melhorou
de que? Não tava doente.
–Hum...
Sei. –Falou maliciosamente. –Então já decidiu o que vai fazer da vida?
–Sim.
–O
que então?
–Eu
vou tomar banho, tomar café e viver a vida sem olhar pra trás.
–E
o Mauro?
–Que
Mauro? E eu sei lá dele. Não nascemos colados.
–É
Ricardo eu não vou mais correr atrás dela. Sei que sou louco por ela e também
acho que ela gosta de mim, mas ela não admite.
–É
verdade. Ela gosta de você sim, mas á difícil pra ela.
–E
como você sabe disso?
–Andei
conversando com ela esses dias.
–Hum...
Sei. E você e a Clarice? –Mauro tentou mudar de assunto.
–Eu
e Clarice!?
–É,
eu tava conversando com Elisa antes de levar um fora, mas eu vi na hora que
você levou ela sabe Deus pra onde.
–Aaa...
É uma longa história qualquer dia desses te conto. Vou nadar um pouco e mais
tarde a gente se fala. Juízo!
Horas depois eu e Clarice descemos e começamos
a conversar em um banco no jardim. Quando decidi me levantar para pegar suco,
pois o calor estava grande e me dei de cara com Mauro beijando Lili.
Não gostei do que vi, mas dei meia volta
caminhando em direção ao jardim.
–E
os sucos Elisa? –Perguntou Clarice.
–Aaa...
Os sucos depois eu pego. Isso sim é que é ser cara-de-pau! Que raiva.
–O
que foi? Quem é cara-de-pau?
–Ontem
ele disse que me amava e hoje tá com outra. –Falei andando de uma lado para o
outro.
–Já
sei que você tá falando do Mauro. Sabia que isso ia acontecer.
–É,
mas ele vai ver.
–Vai
ver o que? Você não vai sair por ai beijando qualquer um.
–Não
claro que não, não sou tão boba a esse ponto, sei que é isso que ele quer.
–Ainda
bem.
–Beleza
mas agora vamos voltar e fingir que nada aconteceu vou pegar os sucos.
–Tá
eu vou com você.
Clarice entrou primeiro que eu e
olhou para Mauro, que estava perto de uma janela, com olhar de reprovação e sei
que ele entendeu direitinho o que ela quis dizer. Mas acabei tentando encarar a
situação de cabeça erguida, confesso que foi difícil mas consegui.
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