Chegamos
ao hospital e não demorou muito para que meu nome fosse chamado. Quando isso
aconteceu, Arthur entrou na sala comigo, como sempre fazia. A doutora nos deu
um sorriso caloroso e nós retribuímos.
Deitei sobre a cama e levantei o
vestido até debaixo dos seios. Ela começou a fazer perguntas típicas da
consulta – Já estávamos acostumados com aquilo –. Em seguida ela passou o gel
sobre minha barriga e deslizou o aparelho para ultrassonografia sobre ele.
Eu estava torcendo para que o sexo
aparecesse logo de cara. Eu precisei fazer várias ultras até descobrir o sexo
do bebê quando estava grávida de Emme.
– Vamos ver se vai dar pra ver tudo direitinho.
Aqui está a cabecinha. – A doutora nos mostrou, apontando para o monitor.
Apesar de sermos médicos, Arthur e
eu não erámos especializados nessa área e o que eu entendia sobre ver
ultrassons era bem pouco.
– Vejamos...
Aqui! – A doutora exclamou. Parecia mais empolgada que eu e Arthur. – Parabéns,
papais! Daqui cinco meses vocês poderão pegar o seu garotinho nos brações.
PRONTO! Era exatamente aquilo que precisávamos
e queríamos ouvir.
Eu encarei o monitor e olhei para
Arthur que segurou minha mão, apertando-a levemente e a ergueu depositando um
beijo misturado com um sorriso de “Eu sabia!”
– Apesar
de todos aqueles sustos o nosso garotão tá saudável, não é? – Arthur perguntou
entre sorrisos e lágrimas de emoção.
– Está
sim. Melhor, impossível! – A doutora riu. – Mas cuidado! Nada de esforços
exagerados, nada de pegar peso, nada de comer coisas gordurosas ou doces de
mais.
– Pode
deixar! Eu sei me cuidar. – Respondi.
– Se ela
passar dos limites pode deixar que eu puxo a orelha dela pela senhora.
– Ok!
Depois que a consulta terminou,
finalmente podíamos voltar para casa.
– Eu
falei, desde o início, que seria um menino. Nosso garotão. – Falou enquanto
andávamos até o carro.
– Amor,
você compra sorvete pra mim ali?
– Primeiro
desejo do nosso garotão? – Falou extremamente feliz. Acho que era possível
perceber nossa felicidade a quilômetros de distância.
– Não
sei, acho que não. – Arqueei uma das sobrancelhas, rindo. – Não tive essas
coisas na gravidez da Emme. É desejo meu mesmo.
– Tá!
Sendo do Miguel, ou não, seu desejo é uma ordem.
– Do
Miguel?
– É! – Riu
sem graça devido ao meu espanto. – Eu gosto desse nome. Seria o meu. Meu pai
que escolheu, mas minha mão preferiu “Arthur”.
– Viu
Miguel? O vovô tinha bom gosto. – Falei, olhando para minha barriga, imitando voz
de criancinha. Era sempre assim!
–
Sério?! Você concorda em colocar “Miguel”?
– Porque
não? Miguel é um nome lindo... Nome de anjinho.
– Pronto!
Felicidade dobrada. Sabia que Miguel significa: “Aquele parecido com Deus?”.
– Não! –
Fiz careta e ele riu.
– Já te
disse que te amo?
– Já
sim, mas pode repetir.
– EU.
TE. AMO.
– Viu
Migelzinho? O papai também te ama muito e tenho certeza que o vovô deve tá bem
feliz onde ele estiver.
– Eu sei
disso. Eu sinto isso. – Arthur me encheu de selinhos.
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