31º Capítulo – Narrado por Lua
Blanco
A Sophia ligou pra mim um tempo depois que eu havia falado
com o Arthur e o Micael... Ela me contou sobre o convite que o Mica tinha lhe
feito e me fingi surpresa para que ela não percebesse que eu sabia algo a mais,
que ela.
Ela me informou que iria lá em casa pegar algum vestido
para o jantar.
Depois de meia hora, ela chegou e pedi pra Emme abrir a
porta; em seguida, Sophia subiu as escadas euforicamente chegando até o quarto
da Emme, onde eu estava gritando.
– Lua, Lua, eu acho que
ele vai me pedir em namoro. – Sophia praticamente pulou em cima de mim.
– Ah Meu Deus! Socorro! –
Gritei. – Sophia, respira fundo.
– É que eu tô muito
ansiosa. – Falou dramaticamente.
– É, eu percebi. Fico
feliz por você! – Falei, tendo uma crise de riso pela sua cara de drama “barra”
alegria... E mais um monte de coisa misturada.
– Para de rir, Lua! Tá me
deixando mais nervosa e sem graça. – Falou, fazendo cara de bebê.
– Tia Sô, a senhora tá
namorando com o tio Micael?! – Perguntou Emme, confusa.
– Na verdade ela não tá,
mas pelo visto quer muito! – Falei, voltando para crise de riso.
– Para, Lua. Não tem
graça, você faz com que assim, eu me sinta uma boba. – Eu não conseguia parar
de rir... Já chorava de tanto rir.
– Não tia, você não é! –
Emme tentava consolar Sophia.
– Ela sabe Emme. Isso é
só manha e carência... Sei bem como é isso, quando a gente tá apaixonado, fica
assim mesmo. – Dei mais uma gargalhada.
– Para, Lua! – Sophia fez
dengo e armou um biquinho.
– Ok apaixonada, vamos lá
no meu quarto ver os vestidos.
– Hum. – Sophia resmungou
enquanto saia do quarto.
– Mamãe, vou arrumar meus
brinquedos, tá?!
– Tudo bem, Emme. Qualquer
coisa vai lá no meu quarto. – Emme concordou com a cabeça e eu sai correndo até
a porta, rindo da cara da Sophia.
Quando chegamos no quarto, abri o meu guarda roupas e
tirei vários vestidos, quase não usados, tinha vestidos de todas as cores...
Preto, verde, vermelho, azul...
– Lua, esse é lindo, não
é? – Falou Sophia, pegando um vestido vermelho. – Dá pra ir à uma festa de
gala.
Na hora que ela falou aquilo, eu abaixei a cabeça
lembrando da primeira vez que usei aquele vestido; foi numa festa de uma amiga
de Pedro e sempre que eu o colocava ele dizia: “As mulheres da festa que se
cuidem, aí vai Lua Blanco!”, pegava minha mão e me dava vários beijos.
– Ainda dói, né?! –
Sophia percebeu que eu estava pensativa.
– Um pouquinho. Não é que
chegue a doer, é que o Pedro foi meu primeiro amor... O primeiro amor da minha
vida sabe?! Eu vivi com ele do meu lado desde minha adolescência. Era ele quem
me fazia sorri, foi com ele que passei as melhores noites da minha vida, quando
estava perdida nos meus pensamentos, era dele que eu lembrava e sorria. Então,
ainda é complicada. – Falei, achando que cairia aos prantos e percebi que, pela
primeira vez depois da sua morte, ao falar dele, nenhuma lágrima rebelde teimou
em cair.
– É Lua, eu tento
imaginar o quanto é difícil para você, ter que superar tudo isso e ainda cuidar
da Emme.
– Pois é! Eu não tenho
muito ânimo pra sair... Como antes... Não é que ainda doa... Mas ainda pesa um
pouco. É por isso que eu não sei se vou na festa com o Arthur. – Falei,
encarando o chão.
– Festa, que festa?! Você
não me falou nada.
– É que ele me chamou
agora cedo. É uma festa de um amigo da Mel, ou é do Chay, não lembro. Ele foi
convidado e me chamou, acho que é uma festa anos 80, 70... Não prestei atenção.
– Falei, tentando explicar. – Mas eu não estou muito animada e não tenho com
quem deixar a Emme.
– AGORA VOCÊ TEM! Pode ir
à festa, eu fico com ela. Você precisa sair, ver gente. Quando é a festa?
– Nessa sexta, no
feriado. – Respondi.
– Melhor ainda... Não vai
ter aula na faculdade. – Falou a Sophia fazendo uma dancinha estranha. Eu
sorri. – Muito bem, levanta a cabeça e olha pra frente... – Sophia ordenou. – O
que passou, passou!
Nesse momento, Emme entrou com seu ursinho favorito na
mão.
– Mamãe, o Tio Arthur
ligou e disse que vinha aqui hoje a tarde.
– Pronto, diz logo a ele
que você vai à festa. – Falou Sophia olhando pro relógio e pegando um vestido azul, sem ao menos
prová-lo, saiu porta a fora. – Sexta a tarde eu passo aqui pra te ajudar a se
arrumar e pego a Emme. Tô atrasada! Tchau! – Gritou.
– Quem festa é essa
mamãe?!
– Seu Tio Arthur que me
chamou e a Sophia praticamente me obrigou a ir. – Falei e Emme sorriu.
– Eu gosto de te ver com
o Tio Arthur, principalmente porque a senhora sorri com ele.
– Até você, pimpolha?! –
Falei, apertando suas bochechas. Me agachei e a abracei bem forte.
– Te amo muito filha! –
Olhei em seus olhos. – Nunca, nunca esqueça disso, ouviu?! – Toquei em seu nariz
com a ponta do dedo indicador.
– Também te amo muito
mamãe. Ok, eu prometo nunca te esquecer! – Fizemos nossa batida “secreta” e ela
começou a gargalhar.
– Do que você tá rindo,
menina? – Ri da sua gargalhada.
– É que... Eu sei que a
senhora não vai gostar. – Emme riu mais ainda. – Mas você e o Tio Arthur ficam
bem, juntos!
– Como é que é?! – Falei,
mudando a fisionomia para séria.
– Acho que não era pra eu
ter dito isso. – Emme colocou uma das mãos sobre a boca e fez careta.
– Só por causa disso, vou
me vingar de você. – Falei tentando amedrontá-la.
– E o que a senhora vai
fazer? – Ela levantou as sobrancelhas.
– Muita
cosquinha! – Gritei, pegando-a pelo braço e fazendo cosquinha.
Depois de algum tempo rindo e brincando, sentamos no
chão, sem fôlego. E só depois de recuperá-lo, arrumamos a cama e fomos tomar
banho, pois daqui a pouco o Arthur chegaria.
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O Arthur chegou meia hora depois e a
Emme foi abrir a porta enquanto eu descia devagar, as escadas.
– Tio
Arthur! – Gritou Emme, toda feliz.
– Oi
minha princesa! – Ele pegou a no colo.
– Mãe, o
Tio Arthur pode dormir aqui?! Pode?!
– Se ele
puder... Ele quem sabe. – Pisquei pro Arthur.
– Acho
que não, Emme. Amanhã tenho muita coisa pra fazer no hospital. – Menti... No
dia seguinte seria nosso dia de folga.
– Vai
Tio Arthur... Por favor! Por favor! Por favor! – Pedia Emme.
– Deixa
eu ver. – Arthur fez cara de quem ia pensar no assunto. – Eu fico sim! Posso
né, Lua?
– Claro
que pode! – Rimos.
–
Melhor, se a Lua quiser, podemos ir à praia amanhã. – Olhei fixamente pra ele.
– Vou
pensar! – Respondi.
– Ebaaa! – Emme comemorou.
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